Os acontecimentos de imposição tarifária generalizada, volta atrás e redefinição de prazos, reafirmação e ampliação das tarifas, por parte dos EUA, sobre a China e a postura de resposta tarifária, flexibilização cambial e construção de novo sistema de pagamentos internacionais e compensação por parte desta, retaliando a postura americana, provocam reflexos por todo o mundo, inclusive sobre o Brasil. As bolsas de valores oscilam entre valorização e desvalorização de seus papeis, ao mesmo tempo em que o câmbio também oscila com muita rapidez, com o valor do dólar, durante o mesmo dia, subindo e descendo com velocidade e magnitude. Ao que tudo indica, os desarranjos no comércio mundial provocarão solavancos crescentes e um novo equilíbrio não está à vista. Muito provavelmente, os efeitos sobre os EUA serão muito grandes, inclusive afetando as principais bases de apoio econômico que haviam aderido à candidatura e ao início do novo governo Trump. Os efeitos econômicos estão tendo reflexos fortes na própria política interna americana, e as reacomodações internacionais não dão sinais ainda confiáveis de um “novo normal”. A lógica das oscilações, muitas vezes aparentando apenas humores pessoais de Trump, não são de fácil compreensão e nem sempre transpiram racionalidade, seja política, seja geopolítica, seja econômica.
Participação: Rafael Ioris e Roberto Moll
