Abordamos, em nossos dois últimos Diálogos AMSUR, alguns aspectos muito importantes do desastre climático e ambiental no Rio Grande do Sul, com seus impactos sobre os territórios urbano e rural do estado, sobre as infraestruturas, a economia, os serviços públicos. Há um efeito de curto prazo, porém, muito importante sobre o trabalho e a renda da população e, portanto, sobre as condições de sobrevivência e recomposição da vida por uma parcela importante, tanto urbana quanto rural.
Soluções de mais largo fôlego precisarão ser desenvolvidas no decorrer do tempo, mas algumas soluções de curto e médio prazo precisarão ser buscadas. Coloca-se, portanto, a necessidade de se desenharem meios de retomada de trabalho e renda naquele território, como mecanismo mais estável de enfrentamento social dos efeitos provocados pelo desastre.
Por óbvio, no futuro imediatíssimo, serão necessárias políticas de ajuda, no que tange à moradia, aos meios elementares de vida, à retomada dos serviços públicos essenciais, mas essas medidas precisam ser complementadas por outras medidas que busquem um mínimo de condições estáveis para o cotidiano da população atingida pelos desmontes da economia.
Queremos, neste Diálogo, buscar entender melhor esse efeito dos acontecimentos e levantar possibilidades e ações que possam abrir condições para seu enfrentamento de curto e médio prazos, enquanto soluções mais estruturais precisam ser atingidas. Com o intuito de debatermos esse tema, contaremos com a participação de:
João Furtado, economista, professor na Escola Politécnica da USP. Foi assessora no Congresso Nacional, na CPI sobre "Causas e consequências do atraso industrial e tecnológico". Fundador e dirigente do Grupo de Estudos em Economia Industrial.
Renato Dagnino, engenheiro e economista, Professor do Departamento de Política Científica e Tecnológica da Unicamp, atuando fortemente no desenvolvimento econômico e social sustentável, com forte foco na economia solidária e no desenvolvimento de tecnologias sociais
Jorge Branco, Sociólogo, pesquisador no Núcleo de Estudos e Pesquisas de Cultura Política, Estado e Relações Internacionais da UFRGS. Foi Secretário Municipal de Relações Institucionais da Prefeitura Municipal de Canoas, Secretário de Estado de Relações Federativas do Governo de Estado do Rio Grande do Sul e Secretário de Governo da Prefeitura de Porto Alegre.
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