No último dia 08 de março, em reunião do Conselho Diretor da Petrobrás, após a divulgação de seu Balanço Contábil, tomou-se a decisão de não distribuir parte importante dos lucros da empresa, que foram dos mais elevados de sua história. Essa decisão desagradou os acionistas minoritários da companhia, o que provocou uma queda expressiva de mais de dez por cento do valor nominal de suas ações. Com isso, a imprensa, repercutindo os reclamos do mercado financeiro, alardeou que teria ocorrido uma perda de seu valor patrimonial de mais de R$ 55 bilhões. Esse terrorismo coloca na ordem-do-dia a discussão sobre a justeza dessa interpretação, bem como a do papel que deve ser atribuído à empresa, não apenas no equacionamento da questão energética do País e de seu desenvolvimento.
Vem ocorrendo no Brasil, desde o golpe de 2016, um desmonte da política energética, onde as grandes companhias dessa área vêm, gradativamente, sendo repassadas aos interesses privados, principalmente não nacionais, através de venda de seu controle acionário. Utilizaram-se vários instrumentos, inclusive as acusações de corrupção enfrentadas pela Operação Lava-Jato e processos diretos de privatização. Diante desse processo, é necessário se considerar o papel do Estado, bem como dos instrumentos e políticas que deve utilizar para levar a cabo uma política de desenvolvimento econômico e social sustentável.
Para abordarmos esse tema, contaremos com a participação de:
Paulo Kliass, doutor e pós-doutor em economia, membro da Associação Brasileira de Economistas pela Democracia, integrante da carreira de Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental, vinculada ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
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