O grande crime organizado vem se internacionalizando e fortalecendo sua simbiose com agentes do Estado, mostrando uma relação mafiosa em diversos episódios, como foi o caso do desvio de 21 metralhadoras de grosso calibre no Arsenal do Exército, em Barueri, com fortes indícios de comercialização dos mesmos com facções do crime organizado, bem como investigações também demonstraram episódios de forte aproximação entre quadrilhas de milicianos e traficantes com agentes do Estado. Recolocou-se a proposta de retomada de operações de GLO (Garantia da Lei e da Ordem), mas com uma sinalização de que o controle de fronteiras, de portos e de aeroportos passem a ser atribuições militares, entronizando as FFAA na segurança pública, o que tem, historicamente, desvirtuado o papel das mesmas na defesa da soberania nacional, rebatendo-se sempre em envolvimento político das instituições militares no combate aos “inimigos internos”, o que se espraia em seu envolvimento no combate ao crime propriamente dito. Defesa Nacional e Segurança Pública misturam-se indevidamente, ao mesmo tempo em que o Estado vai sendo capturado, com caráter mafioso, pelo crime organizado, nas três esferas do Poder Público: os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Participantes: Luiz Eduardo Soares e Manuel Domingos Neto