O Capital Financeiro tem por base fazer com que o dinheiro gere mais dinheiro sem precisar diretamente da existência de produtos ou serviços a serem comprados e vendidos. O dinheiro busca expandir-se por seu próprio giro, no processo de financiamento, capitalizando-se diretamente pela incidência dos juros nas transações financeiras. Um dos mecanismos utilizados para isso é giro da dívida pública. Em tese, o déficit nas contas públicas é coberto pela captação de dinheiro no mercado e gera a necessidade de que o poder público crie superávits em suas contas para suprir a necessidade de pagamento dessa dívida. Porém, quando os juros incidentes sobre a dívida pública, materializado na Taxa Selic, assumem valores reais elevados, esta transforma-se em uma bola de neve, esgotando, em boa medida, a liberdade de gasto público, particularmente para o investimento, e afetando a própria possibilidade de gastos correntes como custeio da ação pública. Numa situação dessas, o capital financeiro passa a ter muito mais interesse em financiar o giro da dívida pública do que investir na economia real. Passa, assim a se constituir em uma trava para o Desenvolvimento Nacional.
Participante: Ladislau Dowbor