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O Brasil, a Integração Sul-Americana e a Geopolítica dos EUA

A tentativa de retomada da integração sul-americana vem demonstrando que existe um choque com os interesses geopolíticos norte-americanos, que reage na mão contrária. É o caso da chegada, em 2023, de um contingente de 2.500 soldados americanos ao Peru. Também no Brasil, nesse mesmo ano, ocorreram os movimentos de militares americanos na Amazônia e o seminário do Comando Terrestre do Exército sobre Doutrina Militar, com forças armadas estrangeiras convidadas, fundamentalmente conectados a países da OTAN. Também é o caso da participação de um alto oficial brasileiro no Comando Sul dos EUA e foram os casos de desestabilização política na Colômbia e na Venezuela. Há um claro descompasso nos movimentos geopolíticos do governo e dos militares brasileiros, o qual tende a se agudizar, conforme avance a relação brasileira e sulamericana no processo de integração regional, bem como as discussões sobre a construção de algum grau de relação entre os países no âmbito da defesa. O peso relativo da China na economia da América do Sul também interfere no jogo de interesses geopolíticos mundial, incomodando os objetivos estratégicos dos EUA, até porque o continente é detentor de reservas internacionais de alguns minerais estratégicos para importantes setores da economia moderna, como é o caso do lítio, que tem dois terços das reservas mundiais concentrados em seu território, fundamentalmente na Bolívia, nordeste da Argentina e nordeste do Chile.

Participantes: Piero Leirner e Héctor Saint-Pierre

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