Ao término do primeiro biênio do Governo Lula 2, as expectativas que se desenham quanto à Política Nacional de Desenvolvimento do Brasil são complexas. O país fecha o ano de 2024 com um crescimento do PIB na casa de 3,4 %, que não é um crescimento medíocre, uma taxa de desemprego aberto em torno de 6,9%, superando expectativas iniciais mas, ao mesmo tempo, a taxa de inflação acumulada no ano ultrapassou ligeiramente o teto da meta prevista, ficando em 4,83%, o que não se desenhava no primeiro semestre do ano. O juro básico da economia (taxa Selic) estava fixado, ao final de dezembro, em 12,25% ao ano, mas indicativos de subida de mais um ponto percentual em cada uma das seguintes duas rodadas de reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central. O desenvolvimento nacional tem distintas dimensões onde a economia é uma delas, mas há também as dimensões social, ambiental e de inserção internacional. Com as armadilhas criadas na política econômica, sobre a qual o governo não tem autonomia real, dada a correlação de forças política e dado o peso do mercado financeiro que se alimenta do processo especulativo amparado nas artificiais taxas de juros básicos da economia, o quadro já se tornava potencialmente perigoso.
Participação: Antonio Prado e Paulo Kliass
