O período pós-golpe de 2016 provocou um enorme desmonte do governo e de suas políticas públicas, bem como gerou um conjunto de armadilhas para a retomada de uma política de desenvolvimento nacional, em uma visão não apenas de volta do crescimento do PIB, mas conformando uma política econômica que seja social e ambientalmente justa, e que permita uma reinserção do Brasil na economia mundial em bases não subalternas. A economia foi dominada pelos interesses do capital financeiro especulativo, apelidado de “Mercado”, que gravita em torno do giro da dívida pública e que a retroalimenta através da política do Banco Central e sua política de juros e a consequente demanda de conformação de superávits orçamentários primários condizentes com sua remuneração. A “independência” do Banco Central e o “Teto de Gastos”, gerados durante o governo Temer, deram institucionalidade a essa guinada na economia nacional. No início de seu terceiro mandato, o governo do Presidente Lula já buscava o estabelecimento do “novo arcabouço fiscal”, mas já se vislumbrava que não se estava rompendo com essa lógica.
Participação: Pedro Paulo Bastos e Luís Paulo Bresciani