Em meados de 2023, a Argentina atravessava um quadro de crise econômica e política bastante importante e suas implicações internas e externas eram múltiplas e graves. Vivia-se uma realidade inflacionária que ultrapassava os três dígitos, um forte aumento da população abaixo da linha de pobreza, um endividamento público centrado em dólares, com cerca de US$ 50 bilhões negociados com o FMI, num quadro de controle que pressionava o país, que já tinha um balanço de pagamentos deficitário. Agravava-se a crise política, o que prenunciava já um efeito nas próximas eleições de enfraquecimento da centro-esquerda e da esquerda e aproximava o país da direita ou extrema-direita, o que se materializou em seguida. Essa crise argentina produziria efeitos tanto econômicos como geopolíticos, afetando o processo de retomada da integração sul-americana e as relações políticas e econômicas com o Brasil.
Participação: Atahualpa Blanchet e Eduardo Bastián